29 março 2006

CH2-CH2

O que a Playboy faz hoje não é simples reprodução de imagens, é muito mais mentiroso que isso. Não só ela, obviamente, mas quase todas essas revistas aí de gente pelada. Dá pra perceber muito isso vendo os famosos "antes e depois", observando a fotografia original sem tratamento. E depois tudo fica meio óbvio. Pessoal, em que mundo você vivem? As pessoas têm manchas, cicatrizes, espinhas, pêlos, ossos saltados, uma porção de coisas. Só que esse tipo de realidade não interessa, aparentemente não atrai. A celebridade da revista tem que ser de polietileno, senão não é a celebridade da revista. Aprendemos a gostar de pernas e peitos e bocas de plástico. São texturas de pele absolutamente irreais, construídas pixel a pixel pelo Deus Photoshop. O que as revistas fazem é vender sonhos, é aproximar o comum do ideal, nada mais justo. São as esculturas helênicas da modernidade. O estranho disso tudo é que esse ideal não é pele, é plástico. Que tipo de proximidade tem essa contemplação? As pessoas se imaginam abraçando aquelas texturas lisinhas, brilhantes, de cor falsa? As pessoas se apaixonarão cada vez mais por um catálogo de Barbies?
Acho interessante.

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