20 setembro 2006

Para dizer com elegância.

Memória da pele

(João Bosco e Waly Salomão)

Eu já esqueci você, tento crer
Nesses lábios que meus lábios sugam de prazer
Sugo sempre, busco sempre a sonhar em vão
Cor vermelha, carne da sua boca, coração

Eu já esqueci você tento crer
Seu nome, sua cara, seu jeito, seu odor
Sua casa, sua cama, sua carne, seu suor
Eu pertenço à raça da pedra dura

Quando enfim juro que esqueci
Quem se lembra de você em mim, em mim
Não sou eu, sofro e sei
Não sou eu, finjo que não sei, não sou eu

Sonho bocas que murmuram
Tranço em pernas que procuram, enfim...
Não sou eu, sofro e sei
Quem se lembra de você em mim, eu sei, eu sei...

Bate é na memória da minha pele
Bate é no sangue que bombeia na minha veia
Bate é no sangue que borbulhava na sua taça
E que borbulha agora na taça da minha cabeça

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A punheta mais poética da música brasileira.

12 setembro 2006

Inventisse


"When I read I figure the meaning, if I can, and when I can´t, I say, Oh, very well, there´s better fish in the sea than was ever been caught."

- Carl Sandburg (Fables, Foibles, and Foobles)


Um grande abraço a São Petersburgo, pexinho cor de buraco que nunca sarou da rinite alérgica, gosta de ver jogo de rugbi, come macarrão aos domingos e não existe.

Este abraço talvez não chegue a ele, porque pro Peter eu é que não existo. Mas neste momento ele pode estar lá me mandando seus cumprimentos, a mim que não tenho melanina, respiro com pulmões e como goiaba vermelha, o que me exclui permanentemente da classe de coisas que existem para um peixe desse tipo.

Um abraço, meu grande e real amiguinho.
Nosso mundo é esse mar, o fora dele e todo resto. Todo o tanto desse todo resto.