06 maio 2005

Metamorfose Tropeçante

É engraçado perceber alguns padrões no comportamento humano. Algumas coisas que aprendemos destroem nossas certezas e nos fazem voltar a ter os pensamentos de quando éramos criança. Mais uma prova de que a meninada é que sabe das coisas.
Eu explico:
Quando perguntam a um menino pequeno se ele gosta mais de meninas loiras ou morenas, no geral, ou ele diz “nenhuma” ou escolhe uma entre as duas classes capilares. Quando esse menino cresce, e torna-se um rapazote, acha que sabe das coisas. Se voltam a fazer essa mesma pergunta, responde prontamente: “Não tem essa. A menina tem é que ser bonita, loira ou morena.” E se acha o máximo com essa resposta desconcertante-genial. E então, quando ele fica ainda mais velho, percebe que, na verdade, existe um padrão de preferência, ainda que inconsciente. Há um tipo de meninas que ele, no geral, acha mais bonito. E vê que sua resposta desconcertante-genial não valia um clips.
Um outro exemplo é a relação com bebidas alcoólicas. Uma criança sabe o mistério que a “água que passarinho não bebe” envolve. Não é só um gosto ruim. Mas aí, quando o cara vira rapazote e se acha mais malandro que os outros, adora afirmar que “bebe porque gosta do gosto, não pra ficar bêbado”. O que é uma grande bobagem. Ele cresce mais e admite que bebe para ficar bêbado. Se não fosse o estimado efeito etílico, bebia um suco, que é mais gostoso. É claro que existem boas cervejas, alguns vinhos excelentes e etc. Mas, considerando a quantidade que costumamos ingerir, a idéia geral é outra, não é apreciar o sabor. A ele, acabamos nos acostumando.

É por isso que cerveja sem álcool não faz sentido. Além de não causar efeito nenhum, ninguém gosta daquele gosto doce de suco de pinhão. Deve ser só efeito psicológico pra desmamar alcoólatra, mesmo.

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