18 maio 2005

Certos Excertos

Diálogo entre os cavalos Roncinante (de Dom Quixote) e Babieca (do El Cid)

B. ¿Cómo estáis, Rocinante, tan delgado?
R. Porque nunca se come, y se trabaja.
B. Pues, ¿qué es de la cebada y de la paja?
R. No me deja mi amo ni un bocado.
B. Andá, señor, que estáis muy mal criado,
Pues vuestra lengua de asno al amo ultraja.
R. Asno se es de la cuna a la mortaja.
¿Queréislo ver? Miraldo enamorado.
B. ¿Es necedad amar?
R. No es gran prudencia.
B. Metafísico estáis.
R. Es que no como.
B. Quejaos al escudero.
R. No es bastante.
¿Cómo me he de quejar en mi dolencia,
Si el amo y escudero o mayordomo
Son tan rocines como Rocinante?



B. Por que está, Rocinante, tão magro?
R. Por que nunca se come, e se trabalha.
B. Pois, que aconteceu com a cevada e a palha?
R. Meu amo não me deixa nem um bocado.
B. Cuidado, senhor, que está muito malcriado.
Porque sua língua de asno ultraja seu amo.
R. Quem é asno é asno do berço à mortalha.
Quer ver? Olha como ele está apaixonado.
B. Amar é estupidez?
R. Não é uma grande prudência.
B. O senhor está metafísico.
R. É que eu não como.
B. Queixe-se ao escudeiro.
R. Não é suficiente.
Como vou me queixar de meus problemas,
Se o amo e escudeiro ou mordomo
São tão quatro patas como Rocinante?


(Dom Quixote - Miguel de Cervantes)

Nenhum comentário: