10 agosto 2006

tautologia

Você repete, repete, repete, e de repente quer fugir. Você foge, e aí quer continuar fugindo. E a fuga repete, repete, e de repente já não foge de mais nada. E aí você pára.

Até onde uma fuga da rotina consegue ir, sem se tornar uma nova rotina vestindo uma máscara de fugir dela mesma?

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2 comentários:

Anônimo disse...

Ter medo é natural, fugir dele é ter medo. Fugir pode ser compreendido então como ato natural do ser humano. Enfrentar o medo se torna nessa lógica diretamente um ato artificial. Ou, para muitos, aquilo que nos transtorna e nos coloca equidistantes de animais e máquinas. Essa reflexão tautológica nos põe em questões existenciais graves: enfrentar nossa rotina pode se tornar uma rotina, então deveremos um dia voltar a uma rotina para nos amotinarmos contra ela. Estamos negando a tendência ao repouso ou reagindo ao engessamento civilizatório? Estamos progredindo, regredindo ou nem saímos do lugar? Sair do lugar exige um referencial...nosso movimento é relativo ao que? É um conceito universal ou apenas ocidental, brasileiro ou paulista? Particularmente, esse movimento caracteriza uma neurose. A total ausência dele caracteriza uma vida banal, mecanizada. Há um meio termo?

São reflexões que nos tiram do nosso objetivo maior: tomar cerveja e reproduzir. A filosofia ciclotímica ou tautológica vai varrer o ser humano da Terra. A super evolução do cérebro é, na verdade, uma grande arma de destruição em massa. Fundir todos os centros nervosos do mundo é certamente o caminho mais simples para sermos extintos. Fazer sexo sem pensar é a nossa única salvação.

Bons textos.

Celacanto disse...

Já dizia o estratégico Júlio César, "Dividir e ir pro bar".


Anônimo?