O meu cordel estradeiro
Vem lhe pedir permissão
Pra se tornar verdadeiro
(...)
É planta que cobre o chão
Na primeira trovoada
A noite que desce fria
Depois da tarde molhada
É seca desesperada
Rasgando o bucho do chão
É inverno e é verão
(...)
Vocês que estão no palácio
Venham ouvir meu pobre pinho
Não tem o cheiro do vinho
Das uvas frescas do Lácio
Mas tem a cor de Inácio
Da serra da Catingueira
Um cantador de primeira
Que nunca foi numa escola
Pois meu verso é feito a foice
Do cassaco cortar cana
Sendo de cima pra baixo
Tanto corta como espana
Sendo de baixo pra cima
Voa do cabo e se dana"
- Cordel do Fogo Encantado ("O Cordel Estradeiro")
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